divendres, d’abril 25, 2008

ONDE É QUE "ESTABAS" NO 25 DE ABRIL?


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10 Comments:

Blogger luí said...

Para alguien asi como yo, ni mejor ni peor que los demás , solo asi ; andar por ese sitio silencioso ,solitario y fresquito un atardecer de agosto a la vez que escuchaba las historias que me iban contando (EN PORTUGUÊS claro!)fue algo que nunca olvidaré.
Yo adoro los azulejos, y en un balcón hay una pared preciosa recubierta de ceramica azul, un "espanto" !!!!
Gracias a las 2 personas que lo hicieron posible, se que fue un privilegio.



;-)

25 d’abril del 2008, a les 16:35  
Blogger g2 said...

Gosto muito, muito dos azulejos portugueses, há verdadeiras obras de arte nesse campo, em lugares tão simples como as antigas estações de comboios. (Aveiro-sur-Mer é um bom exemplo).

Quanto à "existência" deste post aqui, num blog que pertence a uma pessoa de nacionalidade espanhola (mas sei que, definitivamente, apaixonada por Portugal), só tenho que dizer, na minha qualidade de português que muito prezo, um sincero Obrigado.

A revolução que o povo tomou em mãos, não nos levou, talvez, para onde devia. Mas honestamente temos que dizer que nos deu coisas lindas. Não vale a pena tecer muitas considerações de ordem política. As pessoas têm os seus ideais, o que é bom para uns não o é para outros. Mas esta é uma data que ainda me faz pele de galinha. Talvez porque eu seja um ingénuo, mas faz...

Yoqueostiase, Luí, obrigado pelo post e pelo carinho com que olhas para o meu País.

(PS: Em Alcácer do Sal, terra da minha infância e adolescência, há um azulejo que faz parte da história dos azulejos. Num chafariz, num largo que não é muito visitado. Mas está um pouco em mau estado. As centenas de anos não perdoam nem sequer aos azulejos)

25 d’abril del 2008, a les 16:54  
Blogger luí said...

la tradición azulejera es algo que en esta tierra aun se conserva, muchos pueblos como Villarreal, Alcora o Ribesalbes pueden presumir de vivir hoy de la cerámica, aunque no es lo mismo pero de los antiguos azulejos viene.
aqui en Benicarló tenemos el palacio del Marques cuya cocina es una verdadera obra de arte , puedes ver aqui http://www.3x4.info/content/view/3360/27/

desafortunadamente esta casa está en peligro de desaparecer .

25 d’abril del 2008, a les 17:19  
Blogger uf! said...

não acredito! tinha escrito um longo texto, a dizer-te onde estava eu no 25 de Abril e houve um problema qualquer que fez com que se perdesse...
Agora não tenho tempo para o refazer, mas voltarei!
Digo-te só que eu faço azulejos... A olaria, em geral e a azulejaria, em particular fazem parte das minhas horas de lazer.
até já.
Obrigada pelo post.

25 d’abril del 2008, a les 17:21  
Blogger g2 said...

Claro que a arte dos azulejos hoje em dia, também usufrui da tecnologia, mas isso é assim mesmo.

Talvez daqui a 500 anos os vindouros olhem para os azulejos de hoje com o mesmo apreço e vaidade com que nós olhamos para os que já cá estavam.

25 d’abril del 2008, a les 17:23  
Blogger luí said...

onde estava você tia?
;-)

agora fiquei intrigadissima

25 d’abril del 2008, a les 17:26  
Blogger uf! said...

Primeiro, queria dizer que ainda faço azulejos segundo o método artesanal - só no cozer é que recorro a um forno eléctico (mufla).
Para a minha casa, socorri-me de uns comprados já feitos com processo industrial, mas com o vidrado em cru. Mas sei fazer dos outros, a imitar os dos séculos XVII, XVII, e os árabes.
E agora vou escrever o texto, a explicar onde estava, no word, para não voltar a correr riscos.
até já

25 d’abril del 2008, a les 21:33  
Blogger uf! said...

Em 25 de Abril de 1974, eu estava em Lisboa, a frequentar o primeiro ano da Universidade. Nessa altura só havia 3 universidades em Portugal: Lisboa, Coimbra e Porto. Sendo eu do sul, Lisboa era a que ficava mais perto. Em Abril de 74, estava ainda na surpresa de compreender que vivia sob uma ditadura. Embora tivesse participado, desde os 14 anos, num grupo de teatro amador que era dirigido por um médico socialista (ou que como tal se dizia) e onde havia outros socialistas e comunistas; embora frequentasse o cineclube, cuja direcção era sempre composta por gente de esquerda; embora um primo do meu pai estivesse preso por ser comunista (eu só soube da sua existência depois do 25 de Abril); embora o meu pai e um primo meu mais velho escutassem a Rádio Argel com os ouvidos encostados ao aparelho e por várias vezes se dissesse lá em casa «Todo o cuidado é pouco: as paredes têm ouvidos»; embora quando os professores de esquerda, do liceu que eu frequentava (alguns deles amigos de Zeca Afonso) me convidassem para ler textos, sempre que iam fazer conferências ao círculo cultural e o círculo cultural fosse frequentado maioritariamente por gente de esquerda; embora eu tivesse pertencido à comissão de finalistas do liceu, por onde circulavam, secretamente e com capas forradas ou mesmo substituídas, livros de Mao, de Lenine, de Marx, de Hengels, de Trotski; embora o meu nome já constasse da lista negra da PIDE, só quando fui para Lisboa percebi o que era viver sob uma ditadura. Só em Lisboa percebi o que era não ter liberdade de expressão. Explico-me mal, creio. Pelo que disse até agora, poderia parecer que no sul, sul, havia liberdade de expressão e em Lisboa não. Ao contrário: Fora das grandes cidades a censura era de tal forma que nos cegava e nós nem entendíamos que ela existia – simplesmente porque não conhecíamos outra forma de estar na vida. Só em silêncio e obediência. Em medo permanente de um ser omnipresente, omnipotente, invisível. Em Lisboa assisti a estudantes que começavam a falar, antes de o professor chegar ao anfiteatro, e vi os «gorilas» pegarem neles e espancarem-nos. Em Lisboa assisti a cargas policiais sobre estudantes desarmados, porque estavam reunidos e fugi da polícia, por ter praticado o «crime» de estar na faculdade num dia em que houve uma RGA (Reunião Geral de Alunos). Depois li as notícias completamente deturpadas. Em Março, dera-se o primeiro estremeção. Houvera uma tentativa de golpe de estado. A partir daí, o caminho entre a zona onde eu vivia e a faculdade estava «enfeitado de polícias» aí de 30 em 30 metros. À volta do campus havia uma mata. E a caminho da faculdade lá passávamos pelo carro da tinta e pela carrinha com os cães. O carro da tinta era uma técnica «muito eficaz»: Não matava, mas marcava e a malta podia ser apanhada mesmo já longe do local da concentração. À entrada na faculdade, éramos «apalpadas» e «apalpados» por um funcionário (certamente da PIDE), para ver se levávamos propaganda «subversiva». Mas mesmo assim ela passava. Eu ia lê-la para a casa de banho – mas mesmo assim a medo e só depois de ter olhado para todo o lado, para ver se havia algum buraquinho por onde pudessem estar a espreitar-me.
Quando vim a casa, nas férias da Páscoa, disse à minha mãe que «a coisa estava por um fio; e disse-o a uma amiga da minha mãe, senhora não politizada, que, assistindo ao 25 de Abril pouco mais de um mês após eu ter feito tão grave afirmação, passou a consultar-me, qual oráculo. Achava ela que, se eu tinha «previsto» o 25 de Abril, conseguia prever tudo o mais! É preciso ter-se vivido na província e ter-se vivido no meio universitário, nesse período, para perceber como é assustadoramente simples manter o povo na ignorância. A situação tendia a agravar-se quando se era do sexo feminino.
Eu tinha família em Lisboa, mas moravam no Restelo, que ficava muito longe do campus universitário ( foi a desculpa que arranjei para não ficar lá). Fui para um «lar universitário» que era gerido por freiras. Nessa altura, eu já era ateia mas a fama (merecida) de ser lá que serviam as melhores refeições, levou-me a escolhê-lo. E elas aceitaram-me por eu ter tias que moravam no Restelo – O Restelo era o bairro mais caro de Lisboa! Se ainda acreditasse que somos todos iguais aos olhos de deus, fiquei com a certeza de que o não éramos aos olhos daquelas freiras. O lar tinha outra vantagem: pertencia a uma ordem que geria também um excelente lar masculino. Nesse, havia salão de baile e sala de projecção de filmes. Volta e meia faziam lá festas; nós éramos convidadas e, nesses dias, tínhamos autorização para chegar mais tarde!!! Em tempos normais, a entrada era às 22h, durante a semana e às 24h ao fim-de-semana. Naturalmente, nem todas queríamos ir às festas do lar masculino ( só as que lá tinham namorados ou lá queriam arranjar um); mas combinávamos solidariamente uma hora, encontrávamo-nos na rua perpendicular à do lar, as que iam contavam, rapidamente, como tinha sido a festa, e entrávamos todas ao mesmo tempo, como se tivéssemos estado todas juntas!...
O meu quarto, que partilhava com mais duas amigas, era o único em que havia uma «telefonia». No dia 25 de Abril, acordei com a telefonia aos berros «Aqui, posto de comandos das forças armadas…». Uma colega que saíra mais cedo ouvira uns boatos na rua e voltou a correr para o lar; sabendo que nós tínhamos um rádio, entrou de rompante no quarto, ligou o aparelho no máximo e assim nos acordou com a voz militar. A madre superior disse que dentro de uma hora fecharia a porta e não entrava nem saía mais ninguém. E que a comida ia passar a ser racionada. Eu saí à pressa, para ir gastar todo o dinheiro da mesada de Maio em tabaco, conservas e bolachas! Aproveitei para telefonar para casa (no lar só havia um telefone e a fila para o usar era já muito grande). Disse que não se preocupassem, que as notícias pareciam alarmantes mas que estava tudo calmo. E voltei carregada com as bolachas, os pacotes de SG filtro e as conservas de atum. A madre fechou a porta. A partir desse momento, só tínhamos notícias através de amigos que nos jogavam jornais para os balcões das janelas, ou que no-las iam gritando, da rua. Já não tenho ideia de quantos jornais saíram nesse dia, mas volta e meia lá aparecia um com mais umas folhitas.
No dia seguinte, tudo voltou à normalidade, no lar. Mas eu gastara todo o dinheiro que levara para extras. Quando me perguntavam se queria ir ao cinema, abria o armário onde guardara as conservas, o tabaco, as bolachas e dizia: «O meu filme é este». E não me atrevia a pedir mais dinheiro para casa – eu tinha dito ao telefone que estava tudo calmo; se explicasse que a madre ameaçara racionar a comida, na próxima vez, se a houvesse, não acreditariam em mim. Até que uma colega que ficou a estudar até mais tarde e a quem se acabou o tabaco e atacou a fome, me foi propor, a meio da noite, a venda de um maço de tabaco e de um pacote de bolachas. E foi assim que lá voltei a ir ao cinema – sempre que algumas faziam directas, vinham ao tabaco e às bolachas…
Mas já saltei a parte mais importante: antes de voltar a ir ao cinema, fui à primeira manifestação livre do 1º de Maio. Indescritível. Nem em filme se pode mostrar o que foi. Ainda hoje me arrepio, quando me lembro de gente a chorar e a rir ao mesmo tempo, de milhares e milhares de pessoas – portugueses e delegações vindas de todo o mundo – unidos na mesma alegria, na mesma esperança.
Foi bonita a festa, pá…
Depois, depois foi um longo percurso de desmandos, vitórias e exageros cuja história praticamente ainda nem se começou a fazer.
Mas só é possível eu estar a escrever isto e só ouso enviar, porque houve um 25 de Abril!
Viva a Liberdade!

26 d’abril del 2008, a les 0:20  
Blogger luí said...

puedo ponerlo en grande!!
es la historia contada en primera persona
porfa dime que sim

26 d’abril del 2008, a les 1:35  
Blogger uf! said...

que sim :-)

26 d’abril del 2008, a les 1:37  

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